Colecção Real Fábrica Veiga
O Núcleo museológico da industrialização dos lanifícios, instalado no complexo edificado da Real Fábrica Veiga, consubstanciado na criação de um Centro de Interpretação dos Lanifícios, apresenta-se como um espaço museológico aberto, vivo e didáctico, onde o trabalho dos lanifícios se encontra significativamente representado e permitirá abarcar o período da industrialização da região da Serra da Estrela, balizado entre inícios do séc. XIX e meados do séc. XX. Deste período subsistem importantes vestígios materiais, edifícios, em ruínas uns, reconvertidos outros, de elevada qualidade arquitectónica vários e todos eles de intrínseco valor histórico, arqueológico e cultural, e bens móveis, que acentuam a especificidade da Covilhã, na perspectiva do património e da arqueologia industrial, cuja memória integra o projecto de musealização, que abarca o período industrial.
A exposição permanente deste núcleo apresenta essencialmente as secções de Preparação, Fiação, Tecelagem e Ultimação dos lanifícios, nas quais se procura fazer ressaltar a respectiva evolução tecnológica. Por esta razão, este espaço integra uma significativa colecção de máquinas e equipamentos têxteis dos sécs. XIX e XX, em ferro e outras ligas metálicas, em madeiras, materiais compostos e têxteis, de que se salienta como peça emblemática, uma máquina a vapor do séc. XIX.
A colecção de bens museológicos incorporada e em processo de contínua incorporação, pretende ilustrar preferencialmente os seguintes temas:
Na área das Reservas gerais deste Núcleo, mantém-se instalados um conjunto de máquinas e o depósito de espólio diversificado, que permitem viabilizar a realização de exposições temporárias e temáticas, assim como contribuir para a salvaguarda das espécies mais significativas do património industrial móvel.
Os princípios orientadores do projecto e programa museológicos têm conduzido a uma criteriosa selecção de espólio, que tem vindo a aumentar cumulativamente desde 1996. Actualmente, foram incorporados e instalados no edifício da Real Fábrica Veiga cerca de 6.593 bens, provenientes quer de aquisições (19%) a empresas, empresários, técnicos e vendedores de máquinas em segunda-mão, quer de doações de cerca de 200 particulares (80%), antigos empresários, técnicos e operários da indústria têxtil, quer de depósitos (1%) provenientes de uma instituição local, a Escola Secundária Campos Melo (sucessora da Escola Industrial e Comercial Campos Melo, fundada no séc. XIX, na Covilhã), reunindo-se actualmente uma expressiva colecção de máquinas, equipamentos e utensílios representativos de diversas operações de fabrico dos tecidos de lã.